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Elise Dawson
14 septembre 2004

Heróis da vida real.

 

Na nossa sociedade já é difícil encontrar pessoas capazes de independência de opinião e, principalmente, corajosas o suficiente para sair da zona de conforto do ficar, sem riscos, dentro da média, para contestar a ordem vigente e oferecer visões alternativas inteligentes e plausíveis.

Quando há um sistema social ou político, instalado à força ou dogmatizado, em uma certa área ou tempo, fica pior pensar, ser ou agir de maneira diferente e soberana. Se o tal regime for extremista, em nome da manutenção da ordem dos que comandam a situação e da preservação da ética que está vigorando naquele momento, provavelmente quem não se inserir no contexto será institucionalmente perseguido, excluído, detido, ou até morto.

O Holocausto foi a expressão final da desumanidade do homem, com apenas traços de bondade para iluminar aquela escuridão, um tempo de terror esmagador e de sofrimento duradouro.  No entanto, houveram algumas ações de coragem e compaixão durante esta prática de perseguição. 

Muito se sabe sobre o papel salvador do notório industrial alemão Oskar Schindler, imortalizado no belo filme dirigido por Steven Spielberg e escrito por Steven Zaillian, "A Lista de Schindler", de 1993, baseado no romance "Schindler's Ark" escrito por Thomas Keneally. Ele era um nazista e um empresário naquela época, mas atendeu ao chamado de sua consciência. Inicialmente procurou lucrar com a invasão alemã de 1939 da Polônia, escondendo judeus ricos e empregando cerca de mil trabalhadores escravos semitas baratos para sua fábrica de munições. Contudo, espantado com a imensa brutalidade do nazismo, começou a proteger seus trabalhadores sem qualquer consideração pelo custo. 

Schindler contrabandeou crianças de guetos, e também usou suas conexões nos altos escalões para que centenas fossem transferidos para uma fábrica adjacente. Com sua eloqüência persuasiva e seu lendário encanto, ajudou seus "Schindlerjuden" ("Judeus de Schindler", como vieram a ser conhecidos) a saírem de situações difíceis, alegando que deficientes, mulheres, crianças e trabalhadores não qualificados eram vitais para o seu negócio. Quando morreu sem dinheiro aos 66 anos, tendo gasto todas as suas riquezas no final da guerra e tendo fracassado em seus negócios posteriores, ganhou a gratidão perpétua de seus judeus. Ele é o único nazista a ser enterrado em um cemitério em Jerusalém.

Porém, outros também se destacaram pela iniciativa e coragem de, apesar dos grandes riscos, auxiliarem os perseguidos e enfrentarem o regime opressor daquele período. Muitos de seus atos foram despercebidos e não reconhecidos durante suas vidas, mas vários foram homenageados pelo memorial Yad Vashem de Israel com o título "Justo entre as Nações" ou "Gentios Justos", reconhecendo aqueles não-judeus que ajudaram a salvar semitas do Holocausto.

Aqui discorro sobre alguns dos homens e mulheres extraordinários que, com grande risco pessoal, agiram para salvar vidas.

 

Raoul Wallenberg

Imediatamente após sua chegada como primeiro-secretário da embaixada sueca em Budapeste, em julho de 1944, Wallenberg usou seu status diplomático para emitir passaportes especiais para milhares de judeus, identificando-os como cidadãos suecos à espera de repatriamento e, assim, impedindo sua deportação para os campos de extermínio. Muitas vezes ele intervinha pessoalmente para obter a libertação desses portadores de passaportes, incluindo aqueles com documentos falsos, dentre os que foram forçados a marchar em direção à fronteira austro-húngara para deportação, salvando tantas vidas quanto possível. Ele até alugou dezenas de prédios para abrigar cerca de 10.000 refugiados judeus, colocando em suas entradas identificações falsas como "Instituto Sueco de Pesquisa" ou "Biblioteca da Suécia", e pendurando a bandeira do país nórdico para evitar a detecção. A este sueco de voz suave é creditado o resgate de mais judeus do que qualquer outro país ou salvador, cerca de 100.000 deles. 

Infelizmente ele foi incapaz de salvar a si próprio. Em janeiro de 1945, sob a acusação de ser espião da OSS, agência de inteligência dos Estados Unidos precursora da CIA, foi levado pelas tropas do Exército Vermelho para uma prisão soviética, onde teria morrido em 1947, embora as circunstâncias exatas de sua morte ainda não estejam muito claras.

Andre Trocmé

O pastor protestante francês André Trocmé, como líder espiritual da cidade de Le Chambon-sur-Lignon e como um homem claramente impulsionado por convicções éticas e religiosas, falou contra a discriminação enquanto os nazistas ganhavam poder na fronteira com a Alemanha, e pediu repetidamente à sua congregação para ajudar a proteger o povo judeu.

Quando os nazistas ocuparam a França, ele e sua esposa Magda providenciaram o resgate de 3.000 a 5.000 semitas fugindo da perseguição nazista. Sob sua liderança, muitas famílias privadas dispostas a acolher refugiados e crianças foram localizadas, e as escolas da cidade se prepararam para um aumento súbito no corpo discente. Seus corajosos esforços fizeram de Le Chambon e das aldeias vizinhas um refúgio único na França ocupada pelos nazistas. Apesar dos rumores de sua iminente prisão, ele encorajou sua congregação a "fazer a vontade de Deus e não a dos homens".

Em janeiro de 1971, Yad Vashem reconheceu André e Magda Trocmé como "Justos entre as Nações". Alguns meses depois veio a falecer.

Giovanni Palatucci

Membro do Partido Nacional Fascista, em 1932 Palatucci obteve a licenciatura em Direito na Universidade de Turim, em 1936 se tornou vice-comissário de segurança pública, e em 1937 foi transferido para a sede da polícia de Fiume (atual Rijeka, Croácia) como gerente de escritório estrangeiro e depois como comissário e regente superintendente.

Quando as leis anti-judaicas foram promulgadas em 1938, ele usou sua autoridade como chefe do Escritório de Estrangeiros para forjar papéis de viagem que permitiram a centenas de semitas que fugissem da perseguição na Europa Oriental e se instalassem em Fiume, às vezes até lhes proporcionando fundos. Seus esforços tornaram-se mais arriscados em 1943, quando o governo de Mussolini caiu e os nazistas ocuparam seu lugar. Para contrariar a ação do comando alemão, Palatucci proibiu a emissão de certificados para as autoridades nazistas a menos que explicitamente autorizado, para que pudesse ter conhecimento prévio de ataques e ser capaz de dar aviso prévio, e destruiu registros documentados de cerca de milhares de refugiados, salvando-os de uma morte segura em campos de concentração. Quando suas atividades foram descobertas em 1944, foi preso pela Gestapo, e enviado para Dachau, onde morreu dois meses antes da libertação do local.

Nicholas Winton

Em 1939, o corretor de bolsa de valores britânico Nicholas Winton visitou Praga, a convite do seu amigo Martin Blake, que estava envolvido em trabalhos humanitários com judeus, e ficou alarmado com o afluxo de refugiados, ameaçados pela invasão nazista iminente. Ele notou que os campos de refugiados montados pela equipe britânica estavam lidando principalmente com idosos e outros adultos vulneráveis, mas nada estava sendo feito para as crianças. 

Winton entrou em contato com a Refugee Children's Movement (RCM), em Londres. A missão dessa organização era conseguir alojamento e uma quantia de dinheiro que o governo britânico requisitava como garantia para aprovar a entrada de refugiados europeus perseguidos pelo nazismo. Então ele assumiu a responsabilidade de organizar o "Kindertransport" ("transporte de crianças", em alemão) tcheco, conseguindo salvar 669 crianças em oito trens antes do início da Segunda Guerra Mundial, e encontrando pais adotivos para eles na Inglaterra e na Suécia. Um nono trem com 250 crianças deveria ter partido em setembro de 1939, mas a data coincidiu com a declaração de guerra do governo britânico à Alemanha, de modo que o trem não saiu e as crianças não foram vistas novamente.

Suas façanhas só se tornaram conhecidas em 1988, quando sua falecida esposa descobriu listas de crianças e cartas de seus pais no sótão. Conhecido como "Schindler da Grã-Bretanha", Winton atualmente vive em Maindenhead, na Grã-Bretanha. Foi nomeado cavaleiro em 2002.

Chiune Sugihara

Embora Sugihara tenha sido nomeado vice-cônsul do consulado japonês em Kaunas, na Lituânia, em 1939, seu principal dever era manter as forças japonesas informadas sobre os movimentos de tropas soviéticas e alemãs. 

Após a invasão soviética da Lituânia em 1940, os judeus polacos e lituanos tiveram dificuldade em obter visto de saída, tornando-se inseguro viajar e difícil encontrar países que os emitissem. Sugihara telegrafou ao Ministro do Exterior em Tóquio, explicando a situação dos judeus, para solicitar a permissão de conceder vistos de trânsito, recebendo negativas por três vezes. Sem nenhuma motivação discernível, a não ser fazer a coisa certa, começou a emitir vistos para todos os que se candidataram, incluindo aqueles que não cumpriam os requisitos de imigração, permitindo-lhes entrar no Japão por até 15 dias, em violação direta das ordens superiores. Mudou-se para Berlim quando os soviéticos exigiram que o consulado fosse fechado. A caminho da estação de trem, ele continuou a dar vistos para uma multidão de refugiados desesperados em torno de seu carro. Como muitos passaportes permaneceram sem carimbo quando ele embarcou no trem, jogou o selo oficial para a multidão. Seus atos altruístas salvaram milhares e milhares de judeus.

Sua desobediência provocou a interrupção de sua brilhante carreira diplomática ao ser dispensado pelo governo japonês. Em 1985, Sugihara foi homenageado como "Justo entre as Nações" pelo governo israelense. Veio a falecer no ano seguinte. 

Maximilian Kolbe

Comovente e corajoso o sacrifício deste padre franciscano que tinha estabelecido a Militia Immaculata, um grupo missionário que espalhou a fé católica através do mundo. Ele montou mosteiros na Polônia e no Japão, abriu um seminário e até estabeleceu sua própria estação de rádio.

Quando o Terceiro Reich invadiu a Polônia, Kolbe abriu as portas de seu mosteiro e lá escondeu 2.000 refugiados judeus. Os alemães ficaram sabendo das suas atividades, o prenderam em 1941, e o enviaram para Auschwitz.

Um prisioneiro escapou do campo durante o primeiro ano de Kolbe no local. Por conta disso, os nazistas decidiram punir dez homens aleatórios enviando-os para o Bloco 13, onde seriam despojados e morreriam de fome na escuridão total. Um destes homens foi Francis Gajowniczek, um sargento do exército polaco, que começou a implorar por sua vida mencionando sua esposa e filhos, quando escolhido para a punição. Neste instante, o padre Kolbe deu um passo à frente e se ofereceu para tomar o lugar de Gajowniczek, com a concordância do comandante. Ele foi enviado ao bloco de tortura, sem se desesperar. Pelo contrário, conduziu os outros homens em oração e canção. Três semanas mais tarde, Kolbe ainda vivia. Querendo terminar as coisas, um verdugo injetou nele uma seringa cheia de ácido carbólico.

O franciscano foi canonizado em 1982 e foi descrito pelo Papa João Paulo II como "Santo do Nosso Século Difícil".

Irena Sendler

Como simpatizante judeu desde a infância, a assistente social Irena Sendler e seus amigos produziram milhares de documentos falsos para ajudar as famílias judaicas antes de se juntarem ao grupo de resistência Zegota (Conselho de Ajuda aos Judeus). Após sua nomeação como chefe do departamento infantil da Zegota, ela organizou o contrabando de cerca de 2.500 crianças do gueto de Varsóvia e colocou-as em famílias polonesas, conventos e orfanatos. Ela deu a cada criança uma nova identidade e registrou cuidadosamente seus nomes e colocações para que pudessem ser devolvidas aos parentes sobreviventes após a guerra. Além disso, também levava alimentos, roupas e medicamentos às pessoas barricadas no gueto, com risco da própria vida.

Seu trabalho foi interrompido quando foi presa, torturada e condenada à morte pela Gestapo, em 1943. No entanto, foi resgatada com sucesso pela Zegota antes de sua execução. Ela então se escondeu e retomou seu trabalho com crianças judaicas pelo restante da guerra. Em 2003, recebeu a mais alta distinção civil da Polônia, a Ordem da Águia Branca. 

Posté par Elise Dawson

 

 

Veja também :

Para reparar a honra ofendida.

A grande inundação.

Mitologia aborígene.

Uma antiga religião persa.

Captura de embarcações.

 

 

Commentaires (8)

 

Eu conheço a história do soldado soviético Alexander Pechersky, comandante do movimento de resistência do campo de extermínio de Sobibor e idealizador de uma tentativa de fuga dele.

Depois de decidir que um túnel não funcionaria, Pechersky começou a planejar uma revolução armada. A idéia era atrair oficiais alemães para oficinas, com a promessa de receberem presentes como botas e casacos, que seriam atacados lá dentro por homens com machados e facas. Com os oficiais retirados, os judeus se armariam, atacariam o restante e fugiriam.

Em 14 de outubro de 1943, os conspiradores começaram a dar fim aos guardas, um por um. Depois que a maioria foi eliminada, um dos homens de Pechersky cortou a eletricidade do acampamento, impedindo qualquer pessoa de pedir ajuda por rádio. Mas, de repente, um dos guardas avistou um oficial morto e, após o alarme, os alemães restantes começaram a disparar contra os prisioneiros, o que fez com que Pechersky iniciasse a rebelião mais cedo do que imaginava. Nos próximos minutos, o campo estourou em tiros. Enquanto alguns prisioneiros atacavam, a maioria escalou as cercas de arame farpado do acampamento.

Numerosos prisioneiros morreram enquanto corriam pelos campos minados ao redor, e dos 300 fugitivos, cerca de cinqüenta sobreviveram à Segunda Guerra Mundial.

Pechersky retornou para casa vivo, mas a União Soviética não era muito melhor do que Sobibor. Em 1948, durante a perseguição de Stalin aos judeus, conhecida como a campanha "Cosmopolitas sem raízes", dirigida aos que supostamente careciam de verdadeira lealdade e compromisso com o stalinismo e a União Soviética, Pechersky foi preso junto com seu irmão até a morte de Stalin. Ele passou o resto de sua vida por trás da Cortina de Ferro, até morrer em 1990.

Posté par Isadora Bernardelli, 14 septembre 2004 à 18:14 | Répondre

 

"Justos entre as Nações" é uma expressão do judaísmo usada para se referir tradicionalmente a todos aqueles de confissão não-judia ou estrangeiros, também chamados de gentios ou noajidas, que merecem respeito pelo comportamento moral compatível com as Sete Leis de Noé e, de acordo com essa crença, uma recompensa divina os espera.

Após o estabelecimento do Estado de Israel, esta expressão também designa oficialmente um programa de reconhecimento de distinção, aprovado por uma lei de 1953 pela Knesset (parlamento israelense). Desenvolvido a partir de 1963 pelo Yad Vashem, uma instituição criada para homenagear as vítimas e heróis do Holocausto (ou Shoah), a fim de conceder a mais alta honraria para aqueles que, sem ser de confissão ou ascendência judaica, prestaram apoio de modo altruísta e singular às vítimas judias quando da perseguição empreendida pelos regimes totalitaristas europeus, antes e durante a II Guerra Mundial.

O título é conferido, junto com outros privilégios, em nome do Estado de Israel e do povo judeu na forma de um diploma certificado e da chamada "Medalha dos Justos", em que aparece inscrita a frase do Talmude "Quem salva uma vida salva todo o universo."

Posté par Ailton Lorenzetti, 14 septembre 2004 à 19:36 | Répondre

 

Alguns dos piores horrores do Holocausto foram perpetrados por médicos como Josef Mengele. Outro médico, o polonês Eugene Lazowski, que salvou vidas criando uma falsa epidemia, se tornou herói. Residente com sua família em Rozwadow, Polônia, literalmente ao lado de um gueto judeu, o Dr. Lazowski era membro da Cruz Vermelha Polonesa, e ocasionalmente esgueirava-se pela cerca durante a noite para ajudar os doentes e feridos.

No entanto, sua façanha mais impressionante foi enganar os nazistas para que pensassem que Rozwadow era um ponto de acesso para doenças. Seu amigo e colega, Stanislaw Matulewicz, descobriu que se injetar em um paciente saudável bactérias mortas, este resultaria positivo em análises para a doença do tifo, mesmo não experimentando os sintomas. Aproveitando a oportunidade, Lazowski conspirou com Matulewicz para "infectar" os cidadãos de Rozwadow, enganando os alemães para pensarem que a cidade estava afetada por uma epidemia. Depois de injetar em seus pacientes, os dois enviaram o sangue para a Alemanha.

Quando os médicos nazistas souberam da falsa epidemia se apavoraram devido a grande expansão de contágio e começaram a colocar em quarentena a área, o que salvou 8 mil judeus de serem enviados a campos de concentração. Lazowski e Matulewicz mantiveram o plano em segredo completo o tempo todo, recusando-se mesmo a dizer para suas esposas.

Quando os alemães descobriram o jogo de Lazowski, o médico fugiu, imigrando para Chicago no final dos anos 50, onde se tornou pediatra.

Posté par Wagner Bailey, 14 septembre 2004 à 20:29 | Répondre

 

Um dos exemplos mais famosos da resistência judaica é a revolta de Auschwitz de 1944. Em 7 de outubro, várias unidades sonderkommando (os prisioneiros encarregados da eliminação de corpos) se armaram com machados, armas pequenas e bombas caseiras. Os homens travaram uma breve batalha com os SS, e mesmo tendo sido derrotados ao final, sua rebelião foi um triunfo do espírito humano, um triunfo que não teria sido possível sem Roza Robota.

Ela trabalhava no depósito de roupa adjacente ao Crematório III, onde se queimavam os corpos das vítimas assassinadas nas câmaras de gás. Rapidamente ela fez contato com os planos de revoltas internas e tornou-se instrumento para uma insurreição, onde lhe foi atribuída a tarefa de contrabandear pólvora para fora da fábrica de explosivos, com mais de vinte mulheres. Elas escondiam pólvora em caixas de fósforos e passavam para o sonderkommando chamado Wróbel, que também era militante da resistência, e escondia os explosivos em carros usados para eliminar cadáveres. O material foi utilizado para fabricar granadas rudimentares que ajudaram a explodir o crematório durante a revolta. Esse trabalho de contrabando durou um ano e meio até que os sonderkommando lançaram um ataque contra os guardas alemães.
A revolução foi de curta duração, devido a existência de um agente duplo e alguns componentes que recuaram sob pressão, e Robota e três aliadas foram descobertas. As mulheres foram espancadas e eletrocutadas, mas nunca revelaram seus cúmplices. Finalmente, em 6 de janeiro de 1945, elas foram conduzidas à forca.

Posté par Vanessa Emerich, 14 septembre 2004 à 20:48 | Répondre

 

Dos onze milhões de vítimas do regime nazista seis milhões eram judeus. Dentro deste mar de sacrifícios incluem-se intelectuais, artistas, ciganos e raças tidas como inferiores, homossexuais, grupos religiosos, deficientes mentais e físicos, e prisioneiros de guerra.
Justas homenagens a extraordinários heróis, líderes, diplomatas, cientistas, militares, partidários, servidores públicos, os incontáveis resistentes e resgatadores, e todos os indivíduos que ajudaram, oferecendo a própria vida como lamentavelmente foi com tantos, para erradicar o período mais escuro da história e livrar os que estavam sendo exterminados.

Posté par Saul Lerner, 14 septembre 2004 à 21:36 | Répondre

 

Já ouviu falar em Witold Pilecki ?

Enquanto a maioria das pessoas foi jogada em Auschwitz contra sua vontade, o polonês Capitão Witold Pilecki se ofereceu para ir, como um agente secreto enviado para organizar a resistência e documentar os horrores por trás das cercas de arame farpado. Sob o pseudônimo de Tomasz Serafinski, deixou-se prender em 1940 e foi enviado para o campo de concentração, onde foi colocado para trabalhar carregando rochas.

Ele forneceu a seus companheiros comida e roupas, e preparou-os para uma revolta. Ao longo de dois anos e meio, o movimento de resistência de Pilecki ganhou 1.000 membros, todos prontos para lutar por sua palavra.

Quanto ao trabalho de deixar o mundo saber o que estava acontecendo dentro de Auschwitz, a maioria acreditava que o acampamento era apenas um centro de detenção na época. Ao contrabandear informações para os membros do governo polonês em Londres, Pilecki alertou o mundo para as pilhas de cadáveres crescentes e as câmaras de gás. No início usava trabalhadores que eram enviados para fora do acampamento para levar as mensagens. Surpreendente foi que conseguiu construir seu próprio transmissor de rádio a partir de sucatas deixadas ao redor do acampamento, pelo qual passava seus relatos dos horrores que testemunhou.

Pilecki foi forçado a fugir, porque os nazistas estavam em seu encalço e também porque queria pessoalmente convencer os Aliados a apoiarem seus planos para uma revolta. Conseguiu a fuga em abril de 1943, mas não logrou êxito em convencer os Aliados ou a resistência polonesa para libertar o campo de extermínio. Ainda assim, Pilecki desempenhou um papel fundamental na Revolta de Varsóvia de 1944.

Infelizmente, depois que Hitler foi derrotado, Pilecki foi preso por espionagem pelo novo governo polonês comunista. Em abril de 1947, ele tinha começado a coletar evidências de atrocidades soviéticas no processamento de poloneses (a maioria, membros da resistência polonesa e do segundo corpo policial) e aprisionamento ou execuções em campos soviéticos. Ele foi torturado e executado em 1948, e seu nome foi suprimido durante anos pelo estado totalitário.

Posté par Miguel Gerdau, 14 septembre 2004 à 22:05 | Répondre

 

Afligido pelo que ele pessoalmente viu de barbaridades nazistas contra os judeus durante sua visita de Berlim em 1935, como correspondente estrangeiro para uma revista americana, o jornalista estadunidense Varian Fry, educado em Harvard, começou a ajudar e a angariar fundos para movimentos contrários aos nazistas.
Após a invasão da França em 1940, ele foi para Marselha e dirigiu uma elaborada rede de resgate em oposição direta a autoridades francesas e até mesmo a algumas americanas. Apesar de estar sob vigilância constante do regime de Vichy, conseguiu obter vistos com a ajuda do vice-cônsul americano em Marselha, Hiram Bingham IV, para cerca de 3.000 refugiados e judeus escaparem para Portugal neutro antes de fazer o seu caminho definitivo para os Estados Unidos.
Poucos meses antes de sua morte, em 1967, a França apresentou-lhe a Legião de Honra por seu heróico trabalho em Marselha de 1940 a 1941. Fry foi homenageado postumamente por Yad Vashem em 1996, o primeiro americano a ser listado como "Justos entre as Nações".

Posté par Fernanda Medeiros, 15 septembre 2004 à 19:30 | Répondre

 

Acho que poucos conhecem esta curiosidade irônica.

Quando se ouve o nome "Göring", logo se pensa no infame Hermann Göring, segundo no comando da Alemanha nazista. No entanto, Hermann não era o único membro de sua família envolvido no Holocausto. Seu irmão mais novo, Albert, também estava fortemente envolvido, só que salvando vidas em vez de destruí-las !

Albert odiava o partido nazista. Como diretor de exportação de uma fábrica de armas, fechava os olhos quando seus trabalhadores roubavam armas para combater os nazistas. Na verdade, ele doou grandes somas de dinheiro para o movimento de resistência e foi responsável por furtar judeus e não-judeus do alcance do Terceiro Reich. Chegou a levar pessoalmente um produtor de filmes austríaco à liberdade, ajudando-o a escapar na hora certa. Em certa ocasião, enganou o comandante de Dachau para que liberasse um membro da resistência enviando-lhe uma ordem no cabeçalho que carregava o nome de Göring.

Mas o que é ainda mais surpreendente é que a Gestapo sabia exatamente o que Albert estava fazendo. Eles mantinham um arquivo sobre o jovem Göring e poderiam tê-lo preso em várias ocasiões. Mas em cada vez, o irmão Hermann ordenava a liberação de Albert.

Depois que a guerra terminou, os Aliados não acreditaram na história de Albert. Com a esperança de provar sua inocência, Albert fez uma lista de 34 figuras famosas que salvou durante o governo de Hitler. Foi então libertado, apenas para ser preso novamente, desta vez pelos tchecos. Finalmente foi liberado de qualquer erro e para sempre em 1947, mas graças ao legado de seu irmão, Albert não conseguiu começar uma nova vida, e morreu pobre em 1966.

Posté par Adam McKay, 15 septembre 2004 à 21:41 | Répondre

 

 

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